"As coisas que tomamos por suposições,sem questioná-las ou refletir sobre elas, são justamente as que determinam o nosso pensamento consciente e decidem as nossas conclusões." (John Dewey)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Projeto Moderno de Sociedade

Marilena Chaui citando Boaventura de Sousa Santos nos diz que a indústria cultural se afirma dentre outras coisas graças a problemas estruturais do Projeto Moderno, que não consegue se impor totalmente de forma harmoniosa em suas atribuições. Segundo o autor, o projeto moderno deveria se estabelecer sobre dois pilares o da regulação e o da emancipação:

  “O pilar da regulação, por sua vez, assentou-se sobre três princípios: o Estado (que impõe a obrigação vertical entre os cidadãos), o mercado (que impõe a obrigação política horizontal individualista) e a comunidade (que impõe a obrigação política horizontal solidaria entre seus membros). O pilar da emancipação, por seu turno, constituído por três lógicas de autonomia racional: a racionalidade expressiva das artes, a racionalidade cognitiva e instrumental da ciência e da técnica, e a racionalidade prática da ética e do direito. O projeto da modernidade julgava possível o desenvolvimento harmonioso da regulação e da emancipação e a racionalização completa da vida individual e coletiva. Todavia, o caráter abstrato dos princípios de cada um dos pilares levou cada um deles à tendência a maximizar-se com a exclusão do outro, e a articulação entre o projeto moderno e o surgimento do capitalismo assegurou a vitoria do pilar da regulação contra o da emancipação”. (CHAUÍ, 2006, p.22).

Na pratica, o que ocorre é que o pilar da regulação, ou seja, Estado e mercado esmagam o pilar da emancipação destruindo a autonomia racional do pensamento, das artes, da ética e do direito. Neste contexto, o surgimento da indústria cultural dá suporte ao pilar da regulação ao absorver a arte enquanto mercadoria e consumo de “produtos culturais fabricados em série”.
 
CHAUI, Marilena. Simulacro e poder: uma analise da mídia. Perseu abramo.sp.2006.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Crítica da razão indolente. São Paulo . Cortez Editores, 2000.


Um comentário:

  1. Caros alunos, leiam o texto com atenção e não esquecem de relacionar à leitura as discussões estabelecidas em classe para uma melhor resolução das questões elencadas.

    Grato

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