"As coisas que tomamos por suposições,sem questioná-las ou refletir sobre elas, são justamente as que determinam o nosso pensamento consciente e decidem as nossas conclusões." (John Dewey)

domingo, 4 de novembro de 2012

Arte e Vida: Possibilidades

Depois de inúmeras pesquisas em de uma definição de arte, não desistimos de perseguir este conceito, por vias muitas vezes complicadas, situam na história, na produção individual dos artistas, em seus depoimentos e digamos que esta seja uma necessidade intrínseca à essência mesma da produção artística a criação de zonas de incertezas, onde o que sabemos sobre a realidade que nos cerca choca-se com um jogo de informações que vêm da ordem do sensível, do subjetivo, do inesperado.

E o artista Joseph Beuys, qual contribuição nos deixou?

1- “Todo homem é um artista”. Esta é uma das afirmações de Beuys que nos perturba face aos nossos conhecimentos e vivências no campo da história da arte. Para nós que estamos acostumados a estudar os nomes daqueles que marcaram a história com suas obras de arte, é difícil assimilar a ideia de que todos os homens sejam artistas. Neste momento surge a necessidade de relativizar esta formulação, e é o próprio Beuys que nos esclarece: “Todo homem é um artista. Isto não significa, bem entendido, que todo homem é um pintor ou um escultor. Não, eu falo aqui da dimensão estética do trabalho humano, e da qualidade moral que aí se encontra, aquela da dignidade do homem”. (BEUYS, 1994)

2 - Tanto Schwitters quanto Beuys estão inscritos na tradição da colagem, que trata, justamente, de trabalhar com a poética do fragmento. Um “pedaço de realidade” torna-se um universo inteiro quando tratado de forma especial. O detalhe dá origem a uma concepção de mundo. Como dizia Schwitters, “ eu construo a partir de restos e a construção me interessa mais que a desturição. Mas o que é unir restos? Roland Barthes nos indicaria uma resposta: “Resto é o nome daquilo que já teve um nome, é o nome do que perdeu seu nome”(MÈREDIEU, 1994).

3 - Teria a arte que ganhar um outro nome para adquirir novos sentidos? Eis o que nos diz o personagem Peter Stilman de um romance de Paul Auster, que parece ser um grande admirador de Kurt Schwitters: “Um lápis serve para escrever, um chinelo para calçar um carro para ser dirigido eis aqui minha questão: o que se passa quando uma coisa não cumpre mais sua função? Continua ela sendo a mesma coisa ou ela passa a ser outra? Se você retira o pano de um guarda-chuva, permanece ele sendo um guarda-chuva?” ( .. )

4 - Tudo é criação, e a arte só depende da maneira como os fragmentos deste “tudo” são sublinhados. As formas de nomeação, de inserção da arte no social, também são preocupações destes artistas tão importantes para as novas concepções da arte contemporânea em geral, que ensaiam a equação arte/vída em suas mais variadas possibilidades. Existe algo mais exigente do que um olhar atento, desejoso de extrair do mundo seus aspectos mais sensíveis, humanos, estéticos? Como tornar visível o sensível, sem banalizar a experiência artística? O trânsito livre entre a arte e a não-arte, entre a arte e a antiarte, não apenas introduz a noção de mudança: sublinha-a, eleva-a à potência máxima no alargamento dos limites do conceito arte.
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Questões:

1 - O que Joseph Beuys quer dizer com a frase: "todo homem é um artísta?"

2 - Explique o conceito de "poética do fragmento" e de que forma ela se relaciona com a frase de Roland Barthes que diz: "resto é o nome daquilo que ja teve um nome, é o nome do que perdeu seu nome."

3 - Comente as questões presentes no tópico 3 a partir da fala do personagem Peter Stilman.

4 - Comente a frase em negrito presente no tópico 4 acerca do visível e do sensível.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Pessoal do 3ºA e alunos que não trabalharam as questões em sala podem postar suas repostas comentando aqui. Boa sorte a todos. PAZ

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